Acessibilidade digital: como a inclusão para todes impacta em SEO?

Tempo de leitura: 11 minutos

Você já parou para pensar em acessibilidade digital? Em como pessoas com deficiência podem acessar o seu site? Ou, então, se é que elas conseguem? Por vezes, não consideramos essa questão no digital. Afinal, não temos tal reflexão instigada ao longo da vida.

Você já parou para pensar em acessibilidade digital? Em como pessoas com deficiência podem acessar o seu site? Ou, então, se é que elas conseguem?

Por vezes, não consideramos essa questão no digital. Afinal, não temos tal reflexão instigada ao longo da vida.

Sendo assim, este texto tem a intenção de apresentar o conceito de acessibilidade digital para construirmos, juntes, uma internet com mais inclusão. E, para transformar a intenção em ação, reunimos 9 recursos que podem ser inseridos no dia a dia das rotinas de Marketing para garantir a acessibilidade digital.

Boa leitura!

O que é PCD?

Se você é uma pessoa que está de olho no que está se falando nas redes sociais ou na própria televisão nos últimos tempos, já deve ter se deparado com o termo “PCD”. Nesse sentido, ele é uma sigla que significa Pessoa com Deficiência e, atualmente, é a maneira mais correta para se referir às pessoas que convivem com algum tipo de deficiência.

Ao longo da história, porém, o Brasil já utilizou diversas terminologias no lugar de PCD – muitas delas, inclusive, que são preconceituosas ou, então, que tiram a autonomia das pessoas PCD de forma simbólica. Por isso, esqueça termos como “deficientes”, “pessoa portadora de deficiência” e “portador de necessidade especial”. E quanto a outros termos mais antigos, que são literalmente ofensivos… bom, desses nem vale a pena a gente recordar, né?

Vale lembrar que o termo PCD foi definido durante a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito de Pessoas com Deficiência em 2006. O intuito da sigla é trazer mais humanidade para pessoas com deficiência, tirando elas de uma posição nas quais sejam inferiorizadas ou, então, vistas como doentes. 

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019 pelo menos 45 milhões de pessoas tinham algum tipo de deficiência, totalizando quase 25% da população do país. Além do mais, segundo o Censo Demográfico de 2010, a deficiência visual estava presente em 3,4% da população brasileira; a deficiência motora em 2,3%; deficiência auditiva em 1,1%; e a deficiência mental/intelectual em 1,4%.

Acessibilidade digital - Pessoas com deficiência no Brasil

O que é acessibilidade?

Já está mais do que na hora de retirar o tabu em cima das PCDs, né? Ser uma pessoa com deficiência não significa incapacidade ou impossibilidade. Então, como criar um mundo com mais inclusão para todas, todos e todes? 

A acessibilidade é o caminho. O conceito diz respeito à garantia de acesso a todas as pessoas a todos os lugares. E, sabendo que somos múltiplos em nossas características, a acessibilidade estabelece que cada ser humano possa participar de atividades em qualquer âmbito social – seja ele físico ou virtual.

Infelizmente, a nossa sociedade ainda possui muitas barreiras para pessoas com deficiência. Seja em meios arquitetônicos, na comunicação pela imprensa, nos estudos da escola e até mesmo na própria internet, há obstáculos que acabam por limitar ou até mesmo impedir o acesso. 

Por isso, pensar em acessibilidade é refletir sobre maneiras de superar barreiras, assegurando possibilidades para todo mundo.

O que é acessibilidade digital?

A acessibilidade digital é a acessibilidade voltada para o meio da internet. Ou seja, ela se refere à garantia de que sites e aplicativos possam ser acessados por todos, independente das características. 

Contudo, ainda há muitas barreiras a serem vencidas no meio digital. De acordo com a pesquisa do Movimento Web para Todos (MWPT), realizada em 2020, menos de 1% dos sites brasileiros é considerado acessível.

Em outras palavras: mesmo com 25% da população brasileira sendo formada por PCDs, os sites não contam com os recursos devidos. Portanto, está mais do que na hora de se pensar em maneiras para reverter essa triste realidade.

E a lei da acessibilidade, já ouviu falar?

Garantir acessibilidade na internet não é nenhum favor, não – é lei!

Criada em 2015, a Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015), conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, é voltada para a acessibilidade digital. Esse surgimento pode explicar os avanços da importância da tecnologia na vida das pessoas – afinal, a cada dia que passa, estamos mais conectados. Abaixo, confira o que diz o Art. 63:

Art. 63. “É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.”

– Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015).

Dessa forma, as empresas devem estar atentas aos seus sites e aplicativos – não só pela importância geral de garantir a acessibilidade digital para todos mas, também, para evitar ações legais. Então, àquelas que cumprem com normas de acessibilidade podem solicitar o Selo de Acessibilidade Digital, que visa incentivar e tornar evidentes as plataformas não excludentes.

Quais são os benefícios da acessibilidade digital?

Buscar alternativas para acessibilidade digital é um ganha-ganha para todo mundo – para você, para o site do seu cliente, para as PCDs, para as não-PCDs, para a internet e o mundo como um todo! E a gente fala sobre os benefícios da acessibilidade na internet abaixo:

1 – Garantir a inclusão social e digital

Se voltamos ao conceito básico de acessibilidade, já sabemos que somos pessoas infinitamente diversas e que cada um de nós tem o direito a acessar qualquer lugar, seja ele físico ou não. Portanto, ao ter atenção à acessibilidade digital, você vai estar garantindo não somente a inclusão digital como, também, a social. 

Em outras palavras: entrar em um site ou em um aplicativo vai muito além poder mexer em uma ferramenta como um computador ou celular. É sobre o consumo de informações, de entretenimento, de estudos, da própria socialização com outros seres humanos. Então, ser empático com quem pode ter uma outra experiência de vida enriquece os ambientes e inclui mais pessoas em mais espaços. 

2 – Conquistar mais pessoas no seu site

Quem trabalha com Marketing Digital sabe da importância de conquistar novos públicos, não é mesmo? E a acessibilidade digital entra aqui pois, ao seguir as suas boas práticas, atinge-se um grande grupo de pessoas que, muitas vezes, é deixado de lado. 

E, aqui, não falamos apenas sobre PCDs! Nesse sentido, alguns dos critérios de usabilidade de sites, por exemplo, visam melhorar a experiência do usuário em um portal, especialmente em questões de carregamento. Assim, ao seguir tais regras, pessoas com conexões de internet mais lenta conseguem acessar sites bem planejados com mais facilidade. 

Além disso, há outras vantagens no que tange o SEO – mas falamos disso mais para frente!

3 – Construir uma boa reputação digital

Ter um site acessível é um grande diferencial para qualquer marca. Isso não somente porque quem é uma PCD vai se sentir bem-vinda no seu site mas porque, de forma geral, esse tipo de atitude fomenta a boa reputação digital da empresa. Isso porque, de forma geral, as pessoas valorizam a inclusão – seja ela digital ou não – e costumam recomendar esse tipo de serviço para os demais.

Recursos de acessibilidade digital e SEO: qual é a relação?

SEO e acessibilidade digital tem tudo a ver, sabia?

A explicação para isso é bem simples: os robôs do Google são considerados usuários cegos e surdos, isso porque eles não lêem conteúdo visual ou de áudio, apenas texto. Por isso, algumas das boas práticas já conhecidas de SEO, como inserir texto alternativo nas imagens ou legendas em vídeos, já estão alinhadas às boas práticas de acessibilidade digital, também. 

E se essas medidas forem levadas em consideração na hora de otimizar o site, os robôs do Google, por consequência, vão priorizar os conteúdos deste portal. Então, a partir de um melhor ranqueamento nas páginas de busca, atinge-se mais tráfego – de PCDs e não-PCDs! 

9 recursos de acessibilidade digital para colocar em prática

Agora que já destacamos os principais pontos que corroboram para a importância da acessibilidade digital, chegou a hora de colocá-la em prática. Confira nossas dicas a seguir, com separação por tipo de deficiência.

Para deficiência visual e cegueira

Há algumas medidas específicas para garantir a acessibilidade digital para cegos ou pessoas com deficiência visual. Veja abaixo:

1 – Não traga informações em cores

Há diversos tipos de daltonismo – desde aquele que se refere à ausência de algumas cores, como vermelho e azul, até casos onde se enxerga apenas em preto e branco. 

Sendo assim, para garantir que pessoas daltônicas compreendam seu conteúdo por completo, jamais disponibilize informações que só podem ser entendidas por uso de cores. E, caso opte por utilizar gráficos coloridos, não esqueça de inserir as descrições para cada cor utilizada. 

Uma ferramenta bacana para gerar empatia e entender como uma pessoa daltônica enxerga é o Colorblind. Assim, caso tenha dúvidas de quais cores utilizar, basta conferir na plataforma!

Outro ponto importante: faça uso de um bom contraste entre as cores do texto e do fundo da imagem. Nesse sentido, alguns sites disponibilizam uma versão com alto contraste. A ferramenta Browsealoud, por exemplo, auxilia a fazer essa nova versão de forma automática.

2 – Prefira as fontes sem serifa

Apesar de terem seus pontos no sentido estético, as fontes serifadas não são recomendadas, pois sua leitura é mais complexa para pessoas com baixa visão. Além disso, as fontes cursivas também podem apresentar uma leitura confusa. Portanto, invista nas fontes simples sem serifa.

3 – Utilize os recursos #PraCegoVer e texto alternativo das imagens

Quem é cego utiliza o recurso de leitores de tela para reconhecer conteúdos visuais – e, por isso, utilizar os recursos #PraCegoVer e texto alternativo das imagens é essencial!

Esse último recurso, inclusive, já foi citado ao longo deste texto, justamente pela sua função em SEO. As descrições alternativas de imagem, também conhecidas como ALT, são utilizadas pela leitura dos robôs do Google. Mas, também, é a forma de pessoas cegas entenderem imagens. E tem mais: quando uma imagem não carrega em um site, o texto alternativo aparece. Ou seja, até para quem não tem baixa visão o recurso é favorável!

Além disso, as hashtags #PraCegoVer e #PraTodosVerem vem ganhando espaço nas redes sociais. Sua função é similar ao do texto alternativo das imagens: desenvolver uma descrição objetiva da imagem, que dê conta das suas informações essenciais. Dessa forma, ao criar a sua descrição, adote uma linguagem simples, que vá direto ao ponto e seja de fácil compreensão. Experimente pronunciar o conteúdo em voz alta para testar se, de fato, o texto está fluido!

Acessibilidade digital - Pra cego ver

4 – Crie links acessíveis

Utilizar links dentro de blogposts é super comum, nós sabemos. Mas será que esses links são, de fato, acessíveis a todos?

Pessoas com deficiência visual ou problemas motores, por exemplo, utilizam leitores de tela. Dessa forma, elas utilizam a tecla TAB para navegar pelos elementos de uma página. E imagina o que acontece ao se deparar com um simples “Clique aqui!”, sem explicar para onde o tal “aqui” vai levar?

Por isso, é importante fazer uma composição de frase completa, informando exatamente o contexto do link. Por exemplo, “clique aqui para conferir o nosso texto sobre personas”. Indicando o contexto do link, quem navega saberá para onde vai.

Para deficiências intelectuais e dislexia

Também há medidas específicas para garantir a acessibilidade digital para disléxicos ou pessoas com deficiência intelectual. Confira a seguir:

5 – Escreva textos com linguagem simples

Se você já se deparou com aquela ideia de que um texto bom é aquele com linguagem rebuscada, termos inéditos e escrita diferenciada, pode esquecer tudo isso. Afinal, para criar um conteúdo acessível, é preciso que ele seja de fácil entendimento para todo mundo. Nesse sentido, priorizar por uma linguagem simples, que vai direto ao ponto, só tem a agregar.

Pessoas autistas ou disléxicas, por exemplo, podem encontrar barreiras em textos que possuam frases muito extensas. Ou, então, que utilizem muitas metáforas e termos pouco conhecidos. 

Para facilitar a escrita de textos mais acessíveis, trouxemos algumas dicas – que, inclusive, já são famosas para quem faz SEO! Confira:

  • Escreva frases de no máximo duas linhas
  • Utilize parágrafos curtos, entre três e cinco linhas
  • Use a voz ativa no lugar da passiva
  • Se for preciso utilizar termos técnicos/estrangeiros, explique-os ou, então, insira hiperlinks contextuais para sites de referência
  • Se for optar pelo uso da linguagem neutra, prefira utilizar “e” ao invés de “x” ou “@”. Por exemplo: ao invés de escrever “meninx”, escreva “menine”.

6 – Organize a estrutura do seu texto corretamente

Para escrever textos mais simples é importante, também, prestar atenção na hierarquia dos seus títulos. Em SEO os títulos e subtítulos se dividem em H1, H2, H3 e por aí vai. Ou seja, um título está sempre dentro do outro, considerando o título H1 como aquele que incorpora todos.

Ao adotar essa prática, o texto fica melhor segmentado, tornando a leitura mais fluida. Dessa forma, tanto para as pessoas quanto para os robôs do Google, fica mais fácil encontrar as informações dentro do conteúdo.

Acessibilidade digital - Estrutura de títulos no texto

Para deficiência auditiva e surdez

Existem formas específicas para garantir a acessibilidade digital para surdos ou pessoas com deficiência auditiva. Confira a seguir:

7 – Insira legendas e janelas de Libras nos vídeos

Para que pessoas com deficiência auditiva ou surdez possam aproveitar os seus vídeos por completo, não podemos deixá-las apenas com as imagens, correto? Por isso, é super importante inserir legendas nos vídeos – e, também, uma janela com Libras.

“Mas por que inserir a janela com Libras se existe a legenda?” Simples: porque nem toda pessoa surda sabe ler em português. Nesses casos, a pessoa surda comunica-se por Libras – que, inclusive, é um dos idiomas oficiais do Brasil. Algumas ferramentas, como o Hand Talk, podem ajudar a fazer essa tradução, pois ele transforma em Libras o texto escrito. Maravilha, né?

Outra vantagem de inserir legendas é que elas auxiliam até para pessoas sem deficiência auditiva. Por exemplo, e se a pessoa quer assistir o vídeo, mas está num lugar em que é preciso manter o silêncio? Ou se ela simplesmente não quer escutar o som na hora? As legendas vem a calhar aqui.

Além disso, lembramos que os robôs do Google não escutam os sons dos vídeos: portanto, ao inserir legendas, você informa para a plataforma sobre o que se trata o conteúdo. Assim, consegue mais pontos de indexação.

Para deficiências motoras

Por último, algumas medidas ajudam a garantir a acessibilidade digital às pessoas com deficiência motora. Veja na sequência:

8 – Evite funções acessíveis somente pelo mouse

Devemos lembrar que algumas pessoas com deficiência motora não podem utilizar o mouse. Por isso, não é recomendado criar funções específicas nos sites que dependam do mouse. Para transpor essa barreira, é importante criar atalhos no teclado. Assim, a navegação pelo site é facilitada.

9 – Aumente a área de clique

Relacionada à dica acima, outro recurso que auxilia pessoas com deficiência motora é criar áreas de clique maiores. Nesse sentido, se a área for muito pequena, a pessoa pode não ter a precisão necessária para clicá-la. Então, basta tornar esse espaço maior para solucionar o problema!

Agora que você já conhece vários recursos para garantir acessibilidade digital, que tal começar a colocar em prática? E não se esqueça: como diz o ditado popular, “se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, o lugar que é deficiente”.


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